Inovar é um desafio em todas as áreas e não é segredo para ninguém que o setor logístico é um dos mais complexos pelos seus diversos fatores de risco. Iremos abordar estratégias que grandes empresas estão utilizando para encontrar soluções inovadoras e tecnológicas.
No setor logístico, pode ter certeza que a sorte não é o fator de sucesso, mas sim, o conhecimento.
Adquirir conhecimento, ampliá-lo, se manter no mercado, ganhar dinheiro e ainda estar à frente de seu segmento não é tarefa fácil. Porém, uma coisa é certa: o operador logístico que não inovar, que não estiver olhando para o futuro e não estiver disposto a remodelar o seu próprio negócio, está “fadado à morte”.
Inovação fechada versus Inovação aberta
Uma importante pista que eu gostaria de compartilhar com você é o uso da inovação aberta.
Como o próprio nome sugere, uma organização que implementa esse modelo se mostrou aberta para novas possibilidades vindas do mercado, de parceiros e de clientes. Essa empresa quer criar novos mercados, atender outros públicos e gerar novas soluções. Se identifica?
Ao contrário da inovação fechada – onde todo o processo criativo, ideação, de desenvolvimento da solução e lançamento são realizados somente dentro das paredes da empresa –, a inovação aberta abre possibilidades para que ideias venham de diferentes fontes, que o desenvolvimento, inclusive, possa ser realizado fora e gere soluções para novos mercados.
O funil da inovação
Uma das melhores formas de visualizar as diferenças entre inovação fechada e aberta é por meio da utilização do funil da inovação.
Na inovação fechada, o funil representa os limites da organização. Perceba na figura abaixo que todo o processo é interno, da ideação até o lançamento para o mercado.
Já na inovação aberta, a colaboração com o universo externo à organização pode ocorrer desde o início até o término do desenvolvimento destas novas soluções.
Como exemplo de aplicação dessa estratégia, podemos observar a Royal Cargo do Brasil: uma empresa de agenciamento de cargas que busca soluções fora do seu segmento para inovar. Recentemente, a empresa lançou uma tecnologia online que permite aos clientes terem controle total dos seus embarques. Além disso, inseriu a ferramente exclusiva de cruzamento de dados para fornecer informações essenciais no momento de tomada de decisão dos fretes. União estratégica de tecnologia da informação, gestão de negócios e comércio exterior.
Crowdsourcing: o que é e como aplicar?
Ainda dentro do conceito de inovação aberta, eu gostaria de sugerir uma outra pista para você inovar no universo logístico: o uso do conhecimento coletivo para a geração de soluções, conhecido como crowdsourcing.
Esse termo foi utilizado, inicialmente em 2005 por Jeff Howe e Mark Robinson ao descrever um “modelo de resolução de problemas de forma colaborativa, on-line e distribuída”. O termo vem da união entre as palavras crowd (multidão) e outsourcing (terceirização).
Para entender melhor, imagine um estádio de futebol lotado e todas essas pessoas juntas pensando em uma solução para o seu problema. Pensou? É exatamente isso! No crowdsourcing, você consegue levar problemas para o mundo digital e obter boas ideias, opiniões e até mesmo soluções completas.
Empresas de grande porte como a NASA, Coca-cola, Harley Davidson e McDonald’s já usaram (e ainda usam) desse recurso. Você sabia que, na França, a logo do McDonald’s não usa o habitual amarelo com fundo vermelho e, sim, o amarelo com fundo verde, justamente por conta de uma iniciativa de crowdsourcing da companhia?
Para começar a implementar isso na sua empresa, que tal observar alguns gaps e reunir duas de suas equipe para fazer uma discussão a respeito dos temas? Comece utilizando os recursos que você já tem! Assim, você pode aplicar testes dessa estratégia com seu time antes de colocá-la em ação com o mercado.
Por onde começar?
Simplifique os processos: você não precisa investir dinheiro para começar a pensar nessas ferramentas aplicadas ao seu modelo de negócio.
Pesquisa e busque conhecimento a respeito de áreas que podem te ajudar a atingir os objetivos da empresa. A área de tecnologia e marketing, por exemplo, são extremamente consultadas para qualquer segmento.
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Escrito por: Sigmundo Preissler Junior
Sigmundo é PhD em Ciência da Computação pela Sapienza Università di Roma. Atua como Cientista de Dados para a Royal Cargo do Brasil desenvolvendo projetos inovadores e tecnológicos.